Quer saber? Vai se foder, eu to cagando pra você e pras suas historinhas, vai pra bem longe de mim, não quero saber, não to mais
afim. Eu vou pro inferno também e espero não te encontrar lá, você e as suas
boas intenções vão pra outro lugar. Aqui não é o paraíso, muito menos o céu, eu
posso ser doce às vezes, mas não sou feita de mel. Do que sou feita não
interessa, estou escrevendo isso com pressa, só pra ver se alivia essa vontade
de te matar, só pra vomitar nas palavras meu nojo e conseguir disfarçar. Acabo
meu saco pra ficar aqui escrevendo, não me cobre explicações que eu não estou
te devendo, ao invés de olhar pra essa sua cara eu preferia estar morrendo.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
Quando o véu se cai
Fui destinada a viver momentos únicos e inexplicáveis algumas
vezes nesta vida, não se tratam de meras experiências carnais, fúteis ou rasas,
mas contestam toda lógica existencial em que vivemos. Se me conecto ao universo
e observo seus sinais, abandono a racionalidade por alguns instantes e sou
capaz de ver o véu que cobre nossos rostos cair lentamente e revelar nossas
cicatrizes mais profundas, expondo nossa essência sob o céu noturno iluminado
pelas luzes da cidade.
Tive medo de explorar as profundezas do oceano pelo qual
naveguei por anos, mas desde que levantei voo desconheço limites ou fronteiras
no céu. Estava em constante movimento quando desacelerei progressivamente até
me encontrar estática diante de tanta intensidade. E o medo sumiu, e a água
fluiu, e o tempo seguiu, e a brisa surgiu para resfriar a superfície, para
levar embora as cinzas e purificar todo meu ser.
A integridade da pele que me reveste agora não é uma garantia de
que não vou sangrar outra vez, mas desta vez será diferente, pois o ciclo que
se inicia demanda mais energia, mais disposição, mais coragem, mais entrega,
mais força, mais do que estive disposta a dar até o momento. Respeitar as
particularidades alheias pode ser a parte mais difícil desse processo e também
a mais importante.
Lua no céu, ofuscada pelas luzes da cidade
Universo em constante movimento e sincronicidade
Insubmisso às regras e leis que regem essa sociedade.
Silenciosamente está desafiando a minha compreensão
Guiando um carro em alta velocidade no sentido contra-mão
Um tempo-espaço paralelo em constante contradição
Significados ocultos ignorados por nós
Transmitem sinais quando estamos a sós
A dor ao falar fica exposta na sua voz
Vou seguindo seu raciocínio até ele falhar
Observo em seus olhos marejados o íntimo revelar
Universo em constante movimento e sincronicidade
Insubmisso às regras e leis que regem essa sociedade.
Silenciosamente está desafiando a minha compreensão
Guiando um carro em alta velocidade no sentido contra-mão
Um tempo-espaço paralelo em constante contradição
Significados ocultos ignorados por nós
Transmitem sinais quando estamos a sós
A dor ao falar fica exposta na sua voz
Vou seguindo seu raciocínio até ele falhar
Observo em seus olhos marejados o íntimo revelar
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Pedaços de poemas não terminados
Universos inteiros na
pupila do teu olho
E um instinto
sobressaltando à pele
Livres e selvagens,
insubmissos e ingovernáveis!
Um coração de carne
vermelha e sangue quente
Pulsando e ardendo, amor
e ódio
Ainda na pureza da
infância
No centro da America
Latina
Barriga vazia e esperança
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
É verdade
É verdade o que disseram.
Que eu estava na noite, procurando uma droga que me fizesse te esquecer. É
verdade tudo o que disseram, até os sussurros mais sórdidos, a meu respeito,
inclusive aquela parte sobre a minha sexualidade. Sou uma pessoa de conduta
totalmente questionável que não olha para os lados antes de atravessar as ruas,
que bebe e fuma de quem oferecer e que pede um beijo como quem diz boa noite. A
vida é muito curta para perder seu tempo com pessoas como eu, mas posso te
oferecer um tempo paralelo, algo entre o certo e o errado, um doce veneno com o
qual você pode se lambuzar a vontade. Não precisa dizer sim ou não, não precisa
dizer seu nome ou suas reais intenções, eu me alimento da química do seu corpo,
é a energia dos seus átomos que me atrai. Algo que eu não sei explicar te
mantém no meu inconsciente, essas coisas duram e doem, e nunca se desfazem
completamente. Sempre haverá resquícios de pólvora esperando você riscar o fósforo e me por pra queimar.
domingo, 6 de novembro de 2016
Game
Aperte o play
Vamos jogar
Sem regras
Sem medos
Vamos deixar rolar
Vamos curtir
Vamos sair
Vamos sumir desse lugar
Vamos jogar
Sem regras
Sem medos
Vamos deixar rolar
Vamos curtir
Vamos sair
Vamos sumir desse lugar
Aperte o pause
Quero te olhar
Quero congelar
Quero-te mar
Quero nadar
Quero mergulhar
Quero explorar
Teu gosto singular
Quero te olhar
Quero congelar
Quero-te mar
Quero nadar
Quero mergulhar
Quero explorar
Teu gosto singular
sábado, 17 de setembro de 2016
poesia de antes
Vem, cheio de raiva no olhar.
O ódio que exala no ar
Adrenalina que me faz pulsar.
Só vem que eu vou estar
Andando sem destino pela rua.
Vestida de preto, ou apenas nua.
Vidraça quebrando, correndo, tremendo.
Detida, ferida e o sangue escorrendo.
Feito bicho selvagem, acuada.
Incompreendida e marginalizada.
Decepcionando sua expectativa.
Inventando uma saída criativa.
Tentando driblar o sofrimento,
Tentando aproveitar o momento,
Vivendo um sonho acordada,
Caiu na pior emboscada.
Deu um nó na garganta e silenciou o peito
Não havia mais nada a se fazer
Mas deu seu jeito.
É preciso seguir, eles disseram.
Como se fosse fácil assim
Como cheirar um jasmim
Como beijar devagarin
Enquanto saboreia seu próprio fim.
O ódio que exala no ar
Adrenalina que me faz pulsar.
Só vem que eu vou estar
Andando sem destino pela rua.
Vestida de preto, ou apenas nua.
Vidraça quebrando, correndo, tremendo.
Detida, ferida e o sangue escorrendo.
Feito bicho selvagem, acuada.
Incompreendida e marginalizada.
Decepcionando sua expectativa.
Inventando uma saída criativa.
Tentando driblar o sofrimento,
Tentando aproveitar o momento,
Vivendo um sonho acordada,
Caiu na pior emboscada.
Deu um nó na garganta e silenciou o peito
Não havia mais nada a se fazer
Mas deu seu jeito.
É preciso seguir, eles disseram.
Como se fosse fácil assim
Como cheirar um jasmim
Como beijar devagarin
Enquanto saboreia seu próprio fim.
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Bastidores da Cena
Ontem foi meu aniversário, a nova "eu"
completava 3 anos e estava andando nas ruas perdida em meio a tanques de guerra
e gente marchando. Não imaginei que seria assim... Não mesmo. O anarquismo arde
em meu peito e a chama não vai se apagar com qualquer respingo de água, mas o
que tem acontecido nos últimos tempos é uma tentativa de nos
"desiludir" e fazer a gente se perder pelo caminho. Resistiremos.
Resistiremos aos hipócritas que estão ao nosso lado querendo vender seu teatro
supostamente anarquista, àqueles que querem nos ganhar no cansaço nos
incentivamento a cometer suicídios coletivos e também àqueles que estão no alto
de sua pose de revolucionário mor julgando os demais e condenando-os ao
isolamento. Eu vivi uma época muito linda, com pessoas especialmente
selecionadas pelo universo para compor aquele momento, eu vi o andar dessa
carruagem e como ela veio parar aqui no meio de uma conjuntura política onde
tentam nos usar de massa de manobra para inflamar os protestos, onde tentam nos
encurralar e nos entregar para a polícia, onde nos acusam, onde tentam nos
doutrinar dentro do próprio anarquismo. E por ter visto essa trajetória e ter
tido comigo companheiros de verdade no mais puro sentido da palavra, pessoas as
quais eu confiei a minha vida e que a salvaram no momento exato em que eu
estava prestes a me perder numa cidade estranha com cães do estado me
farejando, é que eu não admito que os mesmos erros sejam cometidos. É que eu
não admito que pela adrenalina do momento coloquemos as nossas sementes do anarquismo,
plantadas com tanto suor, em risco. Assim como não admito que os mais antigos
no rolê fiquem desprezando o ódio e a raiva que brota em cada um de nós, como
se fossem os donos da teoria e prática anarquista. To em meio ao fogo cruzado,
to vendo as pessoas revelarem seu lado mais individualista e egoísta, era pra
eu ta me sentido sozinha, mas não. Por que eu estive viva em 07/09/2013 e eu
acredito no potencial daquelas pessoas e consequentemente no potencial de
outras pessoas, outras que não são essas que no momento estão cegas, umas cegas
por uma adrenalina que movimenta uma pauta totalmente contraditória que é
"fora temer/volta dilma". E outras que estão cegas por um
egocentrismo de que não vale a pena dialogar com os recém chegados no rolê
anarco por que eles estão muito eufóricos e colocam tudo em risco agindo por
impulso. Mas pera aí quem não começou assim? É o começo deles, é o processo
deles e o mínimo que deveríamos fazer é orienta-los, sem (obviamente) usá-los
como escudos humanos em protestos onde tanto os manifestantes quanto a polícia
quer bater neles.
Eu, apesar de muito fodida em todos os sentidos, vou sobreviver à esse sistema horrendo e vou reencontrar as pessoas que me inspiraram a ser quem eu sou em uma época em que novamente seremos um só, movidos por um sentimento, uma causa, um projeto de sociedade baseada na liberdade, na solidariedade e no bom senso. Por agora, a cena ta estranha e eu preciso dar um tempo dessa galera, mas se tem algo que eu aprendi ao longo desses 3 anos de vida anarquista é a importância de estar em movimento, movimentando-se para os lados, para a frente, voltando quando necessário até esbarrar em algum coração negro, fértil, esperando para ser semeado e regado com o fogo da destruição. "A paixão pela destruição, é uma paixão criativa" dizia o querido Bakunin, sim meu amigo, temos que destruir o sistema com a mesma paixão que vamos criar um mundo novo. Se as pinta tão só por destruir tudo, sem perspectiva de criação de algo novo, então elas acabarão se auto-destruindo. Ao passo que, se as pinta tão esperando sentada as coisas se destruírem sozinhas na expectativa de criar algo novo, então elas definharão e não verão nada mudar. Enquanto isso, seguimos, rumo a um futuro diferente, rumo ao encontro dos destinos implacáveis que nos colocará juntos novamente para pensar e agir baseados em nossos princípios.
Eu, apesar de muito fodida em todos os sentidos, vou sobreviver à esse sistema horrendo e vou reencontrar as pessoas que me inspiraram a ser quem eu sou em uma época em que novamente seremos um só, movidos por um sentimento, uma causa, um projeto de sociedade baseada na liberdade, na solidariedade e no bom senso. Por agora, a cena ta estranha e eu preciso dar um tempo dessa galera, mas se tem algo que eu aprendi ao longo desses 3 anos de vida anarquista é a importância de estar em movimento, movimentando-se para os lados, para a frente, voltando quando necessário até esbarrar em algum coração negro, fértil, esperando para ser semeado e regado com o fogo da destruição. "A paixão pela destruição, é uma paixão criativa" dizia o querido Bakunin, sim meu amigo, temos que destruir o sistema com a mesma paixão que vamos criar um mundo novo. Se as pinta tão só por destruir tudo, sem perspectiva de criação de algo novo, então elas acabarão se auto-destruindo. Ao passo que, se as pinta tão esperando sentada as coisas se destruírem sozinhas na expectativa de criar algo novo, então elas definharão e não verão nada mudar. Enquanto isso, seguimos, rumo a um futuro diferente, rumo ao encontro dos destinos implacáveis que nos colocará juntos novamente para pensar e agir baseados em nossos princípios.
Pra lembrar nossos princípios
político-ideológicos que constituem a espinha dorsal da ideologia anarquista:
Ética e Bom Senso.
Antifascismo
Antiautoritarismo
Ação direta
Independencia de Classe
Estratégia e Tática
Solidariedade e Apoio Mútuo
Construção do Poder Popular
Transformação Social
Autogestão
Liberdade e Igualdade
Internacionalismo
Ética e Bom Senso.
Antifascismo
Antiautoritarismo
Ação direta
Independencia de Classe
Estratégia e Tática
Solidariedade e Apoio Mútuo
Construção do Poder Popular
Transformação Social
Autogestão
Liberdade e Igualdade
Internacionalismo
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
Cura e Caos
É preciso extravasar a energia caótica e destrutiva que habita o
espaço vazio dentro do peito. Saciar esse buraco negro que me consome de dentro
para fora. Ilusão nossa de cada dia, quando sonhamos que estamos voando, mas na
verdade estamos caindo. Constante temporal, rotina, hábitos, nossas próprias
correntes fantasiadas de laços fraternos. Pagando por cada centímetro cúbico de
oxigênio consumido, pagando por cada masso de veneno a ser tragado,
asfixiando-se gratuitamente com a fumaça expelida pelos automotivos. A exaustão
no fim do dia, não tenho ideia de como consegui cumprir os prazos, pagar as
contas, agradar a todos e sobreviver. Contando as horas de sono, ajustando o
despertador, finalmente no conforto de sua cama quente e limpa, nem aqui posso
chorar, nem agora posso morrer, nem amanhã será diferente, só agora posso
viver. Sentir e viver o tempo por que? Porque é o que eu deveria fazer, deixar
algumas palavras no passado, tentar não levar isso para o futuro, lutar para
sobreviver à elas no presente. Perder o medo de estar sozinha, perder o medo de
olhar para dentro de si mesma, encontrar o medo e reagir instintivamente.
Provar o gosto do seu próprio sangue, fluído fascinante que te sustenta.
Um dia eu acordei e todos haviam sumido, tomei meu café da manhã,
peguei minha jaqueta, meus cigarros e meu carro e dirigi para o centro da
cidade. Passei num posto de gasolina e fui em direção a prefeitura, acendi meu
cigarro no fogo do coquetel molotov e lancei em direção aos vidros. Um após o
outro até ver tudo em chamas, do outro lado da rua eu sentei no meio fio e
fiquei observando o magnífico elemento da natureza fazendo seu trabalho. Depois
disso eu só dirigi por aí, sem rumo, sem esperanças de encontrar mais alguém,
sem nada em mente, só uma paz que me preenchia inteira.
domingo, 14 de agosto de 2016
O fim de um ciclo
Muitas pessoas não acreditam em signos, ele também não. Mas como
explicar essas fases do ano que a gente fica mais conectado mesmo estando tão
longe um do outro? Sempre, ali por maio, eu entro na fase de abstinência da
presença dele, depois ali por agosto eu consigo superar e fico mais feliz
comigo mesma, volto a me enxergar em primeiro plano. Todos os anos desde que
nos conhecemos eu vejo esses ciclos se repetirem e não consigo achar uma
explicação lógica ou uma maneira de amenizar o que sinto. É bem difícil passar
cerca de 3 meses com o coração apertado, um grito preso na garganta, sonhos
angustiantes todas as noites, uma vontade de viver uma outra vida, mudar todas
as escolhas já feitas... É bem difícil e doloroso. Mas depois vai passando, vai
amenizando, o foco muda e os horizontes se expandem. No próximo ano tudo se
repete, com um diferencial, também observo um padrão de mudanças nos acontecimentos
conforme o ano, seja ímpar ou par. Até 2013 todos os anos ímpares eram anos de
muito sofrimento em que várias mudanças ruins aconteciam. Mas em 2013 um fenômeno
aconteceu e modificou os ciclos. Os anos ímpares passaram a ser anos de grandes
emoções não necessariamente ruins e que com certeza sempre deixaram marcas, os
anos pares são sempre anos de estabilidade emocional, tranqüilidade, nada de mudanças
e nem fortes emoções. Então, aguardo 2017 e todo seu potencial transformador
enquanto aproveito a tranqüilidade de uma fase mais centrada em mim mesma.
PS: Se ele tivesse feito o contato em julho eu certamente sofreria muito mais, ficaria muito mais iludida, perdida e completamente louca talvez. Mas, como só foi acontecer no dia 6 de agosto eu consegui lidar um pouco mais de boa. Fiquei um pouco chocada, criando teorias conspiradoras de que talvez você pudesse ter lido algo aqui, mas depois voltei pra realidade e ignorei todas as paranoias que não me levariam a nenhuma conclusão.
PS: Se ele tivesse feito o contato em julho eu certamente sofreria muito mais, ficaria muito mais iludida, perdida e completamente louca talvez. Mas, como só foi acontecer no dia 6 de agosto eu consegui lidar um pouco mais de boa. Fiquei um pouco chocada, criando teorias conspiradoras de que talvez você pudesse ter lido algo aqui, mas depois voltei pra realidade e ignorei todas as paranoias que não me levariam a nenhuma conclusão.
segunda-feira, 25 de julho de 2016
Peixes
Escrevo pra te
impressionar, mesmo sabendo que você não lê. Leria se, pensasse em mim o tanto
que eu penso em você. Mas tenho certeza que já se encontrou já se esqueceu, já
não pensa em nós, nem eu. Mentira.
3 perguntas:
Você sonha comigo?
Você pensa em mim?
Você vai voltar um dia?
Talvez as respostas não façam nenhuma diferença agora, mas um dia espero que você responda ou mande um sinal, de onde quer que esteja. Pensando bem, eu demorei quase 2 anos pra voltar, e agora estou querendo te apressar... Onde já se viu? Cada coisa no seu tempo, cada coisa em seu lugar, segura aí esse pavio que não é hora de queimar.
Como dizia o poeta, o amor é mesmo um berro no peito de quem ama em silêncio... Queria gritar, mas só aqui posso escrever tamanhas vergonhas, total falta de pudor amar assim. Ainda mais quando o sujeito talvez nem desconfie.
Agora um poema:
Peixes nadavam no aquário feliz
Peixes se foram nadar oceano adentro
Mergulho profundo
Aquário moribundo
Sufocando, esperando, a vida voltar
Peixes maravilhado com seres da água
Esqueceu aquário pendurado
Na balança do mercado,
Na vitrine, empoeirado.
... continua. Ou não. Um dia quem sabe.
3 perguntas:
Você sonha comigo?
Você pensa em mim?
Você vai voltar um dia?
Talvez as respostas não façam nenhuma diferença agora, mas um dia espero que você responda ou mande um sinal, de onde quer que esteja. Pensando bem, eu demorei quase 2 anos pra voltar, e agora estou querendo te apressar... Onde já se viu? Cada coisa no seu tempo, cada coisa em seu lugar, segura aí esse pavio que não é hora de queimar.
Como dizia o poeta, o amor é mesmo um berro no peito de quem ama em silêncio... Queria gritar, mas só aqui posso escrever tamanhas vergonhas, total falta de pudor amar assim. Ainda mais quando o sujeito talvez nem desconfie.
Agora um poema:
Peixes nadavam no aquário feliz
Peixes se foram nadar oceano adentro
Mergulho profundo
Aquário moribundo
Sufocando, esperando, a vida voltar
Peixes maravilhado com seres da água
Esqueceu aquário pendurado
Na balança do mercado,
Na vitrine, empoeirado.
... continua. Ou não. Um dia quem sabe.
segunda-feira, 16 de maio de 2016
Inconsciente
Queria que soubesse que tenho sonhado muito contigo e isso tem
gerado uma abstinência enorme. Só queria estar na sua presença mais uma vez,
respirar o mesmo ar que você, tocar sua pele e sentir sua energia, o frio na
barriga e a disparada que o coração dá, você sabe que estar ao seu lado é a
mesma sensação de estar pulando num abismo, eu já te disse isso, quase sinto a
brisa no rosto. Eu sei que estás feliz e isso me faz feliz também, só lamento a
distância, o tempo, o silêncio entre nós e talvez alguma mágoa que tenha ficado
em você.
“Que é que eu vou fazer pra te esquecer? Sempre que já nem me lembro, lembras pra mim. Cada sonho teu...”
Um dia eu vou entender o que é isso, por que sinto e como parar de sentir, pois às vezes machuca, perturba, nem sempre é bom. Algo arde no meu peito e a tua lembrança é combustível, eu jogo água e penso apaguei, inconsciente trago a tona outra vez e não sei como parar. Me corrói, me consome, por isso eu preciso ter muito controle, ou acabo me tornando autodestrutiva. O feitiço está nos seus olhos marejados, na sua voz rouca, na sua fala arrastada, seu abraço apertado, sua respiração ofegante, um conjunto que torna sua presença um vício. No vazio que você deixou ecoam as lembranças. Inconsciente vem em sonhos suas feições e trejeitos, a adrenalina de estar na sua presença. Acordo agitada, tendo que lidar com a sua ausência permanente, sem esperanças de encontrá-lo por aí.
“Que é que eu vou fazer pra te esquecer? Sempre que já nem me lembro, lembras pra mim. Cada sonho teu...”
Um dia eu vou entender o que é isso, por que sinto e como parar de sentir, pois às vezes machuca, perturba, nem sempre é bom. Algo arde no meu peito e a tua lembrança é combustível, eu jogo água e penso apaguei, inconsciente trago a tona outra vez e não sei como parar. Me corrói, me consome, por isso eu preciso ter muito controle, ou acabo me tornando autodestrutiva. O feitiço está nos seus olhos marejados, na sua voz rouca, na sua fala arrastada, seu abraço apertado, sua respiração ofegante, um conjunto que torna sua presença um vício. No vazio que você deixou ecoam as lembranças. Inconsciente vem em sonhos suas feições e trejeitos, a adrenalina de estar na sua presença. Acordo agitada, tendo que lidar com a sua ausência permanente, sem esperanças de encontrá-lo por aí.
Tem gente que marca a gente por idas e vindas, por vidas e
vidas. E quando nossos olhares se cruzam novamente em um tempo espaço qualquer
o coração aquece, bate forte, a mente viaja e as extremidades tremem. Mas por
algum motivo não podemos viver esse amor novamente, temos outra missão.
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Madalena
Madalena andava de pés descalços na estrada de chão com sua saia rodada
vermelha, girava faceira quando avistou a multidão. A música percorreu seu
corpo ela se pôs a dançar, bem perto da fogueira dançou com o fogo sem se
queimar. E foi no acampamento cigano que Madalena achou seu lugar, mas os
ciganos já sabiam, comentavam e diziam: Essa moça bonita que vem de longe traz
mistério no olhar.
Estrela do oriente que brilha na noite escura, ilumina os caminhos de quem a procura. Foi na beleza da cigana que o homem se perdeu, enfeitiçado pela dança que ela trouxe do apogeu. Entregou seu ouro, entregou sua vida, pra cigana que amou, pra cigana mais bonita, Madalena infinita.
Estrela do oriente que brilha na noite escura, ilumina os caminhos de quem a procura. Foi na beleza da cigana que o homem se perdeu, enfeitiçado pela dança que ela trouxe do apogeu. Entregou seu ouro, entregou sua vida, pra cigana que amou, pra cigana mais bonita, Madalena infinita.
quarta-feira, 6 de abril de 2016
Flor de Mel
Seus olhos grandes e cheios de mistério, suas mãos pequenas, delicadas, eu
venero. A menina mais gentil que cruzou o meu caminho encontrou em meu coração
lugar perfeito para fazer seu ninho. Anda sob as nuvens, dança sob a lua,
menina linda toda essa rua é tua! Todo esse mundo vai se curvar diante da tua
beleza, toda essa gente vai se encantar com a tua pureza, mas tu nunca deixarás
de ser quem és: humildade e gentileza. Não lembro a ultima vez que alguém na
terra amou assim, amor puro e genuíno brota de mim. Veio resgatar minha fé na
humanidade, veio ensinar a esse povo o que é lealdade. Pouco sei da tua pessoa,
mas sei o essencial para poder confiar: Teus valores e princípios ninguém vai
manipular. Teu sorriso é precioso e ao mesmo tempo fácil de sair, tu não choras
sem motivo, mas sorri. Simplicidade és tua marca e intensidade teu sobrenome,
me beija devagar e depois some. Flor de mel, sabor de céu, pura doçura que arde
na boca, às vezes me pergunto se não estou ficando louca.
domingo, 3 de abril de 2016
Exposta
Queria todo dia festa pra dançar, gente pra falar, rua pra andar
até o corpo cansar e cair exausto. É que eu sou assim, não consigo descansar
até ver o fim, das energias, das esperanças, das forças que tenho pra aguentar.
Quero beber amor de corpo em copo, me embriagar de gostos até vomitar a
intensidade das relações. A monotonia das pessoas vazias me faz querer pular
nos abismos que encontro pelo caminho. A queda é irresistível e o chão parece
tão distante, arrisco tudo pra voar por um instante. Tem gente que quer
entender, mas, não há nada a se dizer, são palavras só pra ouvir, são frases
sem sentido e até o silencio mais bonito que habita o universo no ritmo certo
vira verso.
É que sou um pouco de infinito misturada a paisagem pra encantar os sonhadores que, assim como eu, não conhecem os limites. Me refiro as estrelas para buscar a essência da plenitude e me perco antes de alcançá-las. É um vício que eu não consigo superar, um ciclo que não consigo evitar, uma sensação dolorida que eu sei que vai chegar, mas não consigo pensar antes de me entregar.
É que sou um pouco de infinito misturada a paisagem pra encantar os sonhadores que, assim como eu, não conhecem os limites. Me refiro as estrelas para buscar a essência da plenitude e me perco antes de alcançá-las. É um vício que eu não consigo superar, um ciclo que não consigo evitar, uma sensação dolorida que eu sei que vai chegar, mas não consigo pensar antes de me entregar.
segunda-feira, 28 de março de 2016
Tarde de Sol
Entramos de mãos
dadas nas águas sagradas do rio, mergulhamos nossos corpos em sentimentos ainda
confusos e imaturos. Lá te apresentei à mãe, que mesmo sabendo o que se passava
em seu coração me preservou naquele momento e por mais um dia eu fui feliz.
Quando te vi assustada te apresentei ao pai, que sabendo o que estavas passando
ouviu minha súplica e afastou de ti tudo que te perturbava. Na noite escura
mantive meus olhos abertos na tentativa de iluminar teu caminho, mas o que eu
não via eram teus olhos fechados e teu pensamento longe. De corpo era presente,
de alma estava ausente, ainda presa a quem te prendia, por gosto ou não, me
desfazia.
Desfeita estava então fui me refazer, me redescobrir naquilo que já havia cultivado e sentir o perfume das flores do meu jardim. Cada vez ficava mais evidente, a semente era boa e a jardineira trabalhou com carinho, se ela não floresceu como as outras talvez não estivesse na sua época. É preciso respeitar o tempo para que a vida possa ser completa, para que o amor crie raízes sem perder suas asas. Só o tempo dá a sabedoria necessária à adaptação dos seres.
Desfeita estava então fui me refazer, me redescobrir naquilo que já havia cultivado e sentir o perfume das flores do meu jardim. Cada vez ficava mais evidente, a semente era boa e a jardineira trabalhou com carinho, se ela não floresceu como as outras talvez não estivesse na sua época. É preciso respeitar o tempo para que a vida possa ser completa, para que o amor crie raízes sem perder suas asas. Só o tempo dá a sabedoria necessária à adaptação dos seres.
terça-feira, 15 de março de 2016
Cinzas
Pus fogo e vi queimar
Ardeu e iluminou todo meu ser
Era uma fênix espetacular
Em seu vôo rasante, em sua matéria orgânica. Aflorou sentidos ocultos.
Me fiz drama para versar a dor.
Me fiz lágrimas para transbordar
E transcender a experiência inédita.
As cinzas estão quentes, o ar está denso. O corpo está leve e o coração suspira aliviado, descansa agora sob águas calmas.
sábado, 5 de março de 2016
Para Lembrar
Aqui, quem fala, é um coração partido. Mas também é um coração
mais forte e mais corajoso. Tudo começou quando abri os olhos e a vi, tão
linda, dançando pra mim. Eu fui fisgada pelo olhar tentador que a Liberdade
lançava sob o meu corpo. A promessa de me tornar livre me levou pra cama com
ela, e foi como pular num abismo escuro, a aventura da qual eu não sairia viva
estava começando 18 anos após meu nascimento, no ano de 2013, no dia 7 de
setembro.
Mas hoje eu venho escrever sobre a data de 04/03/2016, um marco na minha
história também, como tantos outros. Não durou nem dois meses, mas foi intenso
o suficiente, como o looping de uma montanha russa, que dura apenas alguns
segundos e nem por isso é menos emocionante e marcante. Cada palavra, cada
gesto, cada momento que vivemos foram guardados no meu baú de lindas
lembranças. E as coisas ruins que não quis jogar na sua cara, eu as queimei na
fogueira do perdão, no fogo da redenção. Estou costurando cuidadosamente o
rasgo que deixou quando resolveu sair do seu lugar especial aqui no meu coração
e ir para aquele lugar comum onde eu mal consigo te ver. Esse lugarzinho que
você me ajudou a criar, ele será ampliado, ele será redecorado e selecionarei
melhor os hóspedes. Não que você tenha sido mal selecionada, entenda, você foi
perfeita, fez tudo como deveria ser feito, cumpriu um papel na minha vida,
modificou o meu destino. Mas se foi... Tão de repente quanto chegou. E eu que
nunca havia visto alguém partir assim, depois de tanta entrega, depois de
tantos planos, coisas que talvez só existissem na minha cabeça.
Cada vez que eu tento lembrar suas feições, suas maneiras, seu
cheiro... Cada vez fica mais difícil. Meu baú das boas lembranças usa um
mecanismo de proteção em que as coisas mais recentes que por algum motivo eu
escolhi deixar ali vão lá pro fundo para que eu não caia na tentação de
desejá-las novamente. Às vezes eu tenho a impressão de que isso tudo é culpa do
meu ascendente em gêmeos, às vezes eu tenho certeza disso. Mas colocar a culpa
em qualquer coisa não fará diferença agora, quando eu te vi partir sabia que
não teria volta. Acho que esse é um dos motivos que me levou a escrever sobre
isso, tentar colocar pra fora qualquer resquício de esperança. Pensei também em
apagar suas fotos, mas terei de aprender a lidar com a sua imagem, sua
presença, eu não vou fugir de você, eu vou encarar essa situação de frente, se
precisar, olho no olho. Dói, eu sei que em você também. Mas somos mulheres
fortes e vamos seguir rumo a nossa própria felicidade por mais que doa.
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