quinta-feira, 23 de março de 2017

Ao sair, apague a luz.

Na ânsia de ser tudo
Sou nada. E nada satisfaz.
Um, dois ou mais.
Eu viro o jogo, eu mudo.
Por que ainda sou capaz.

Seu rosto, suas memórias,
seus desejos mais secretos,
até os gestos mais discretos


Eu que inventei

Sua auto-estima, sua simpatia,
Seus sonhos mais bonitos
Enquanto você dormia

Eu roubei

Foge pras colinas,
Corre menina
Volta pro telhado,
Perto do céu estrelado
Descansa teu corpo cansado

Na terra e no mato molhado

A palavra sangra
O meu útero contrai
O dinheiro manda
A mentira cai
E o ego cresce
E mata os demais

A lágrima salgada
O sentimento cura
A alma lavada
Que ainda procura
O amor que padece
Na realidade dura

domingo, 5 de março de 2017

É foda

É foda
Eu lembro o tempo inteiro
Do seu toque do seu cheiro
Do seu jeito desordeiro
De moleque bagunceiro

E como isso me faz sentir

Me perco
Nesse intenso devaneio
De falar tenho receio
E ainda assim anseio
Tua presença aqui

Mas você está distante e a minha mente errante

Fica viajando
Nas conversas que tivemos
E tudo aquilo que não dissemos
Conversando entre olhares
Sempre nos entendemos

Sabe que por dentro um impulso violento


Corre solto
E percorre todo meu corpo
Apreciando o teu gosto
Meu lábio no teu pescoço
E o nosso prazer exposto

Que não termina no teu gozo.