terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Aquário


O paradoxo da liberdade que te prende,
entre as pernas, entre as palavras, entre o que sente. Navega nas ondas magnéticas da atmosfera, e colide com as contradições de sua própria era. A ânsia intrínseca a todo futurista atinge seu peito e se materializa, como as gotas de chuva na terra, ela precipita.


Você não pode tocar o ar, mas ele te toca o tempo inteiro, como a brisa suave do mar ou o vento gélido do nevoeiro. O amor vem primeiro e depois o desespero, a paixão, por fim, queima tudo em seu fogareiro.


O objetivo inicial era: sentar, gozar e largar.
Mas não satisfeita eu voltei, eu precisava voltar.
Sentar e gozar, e sentar e gozar e sentar…
Esqueci de te largar, ficou pairando na lembrança
As luzes, a música e a dança…
Quebrei a balança, me vi em desequilíbrio,
Gerei um poema e, sem querer, apertei teu gatilho

Tráááá
💥

O tiro perfurou meu coração,
Me vi outra vez em pedaços
Sei que não era não tua intenção
Mas aquela atitude me deixou em cacos
Um aquário quebrado, a água escorria…
Meu rosto molhado, minha alma mais fria
Voltar no tempo era tudo que eu queria
Naquele momento em que havia magia
Em que eu nunca diria, que tu faria o que fez
Estive tão determinada a não voltar outra vez

Mas… Tu voltaste, como quem nunca partiu
E eu fiz questão que soubesse o quanto me feriu
Aceitei tuas desculpas e também me desculpei
Agora sem culpas te lembrando me inspirei
E outra vez gozei, se vou te ver não sei
Mas este poema tu não verá
Quem julga o aquário raso, com sua intensidade pode se assustar.