sexta-feira, 8 de abril de 2016

Madalena



Madalena andava de pés descalços na estrada de chão com sua saia rodada vermelha, girava faceira quando avistou a multidão. A música percorreu seu corpo ela se pôs a dançar, bem perto da fogueira dançou com o fogo sem se queimar. E foi no acampamento cigano que Madalena achou seu lugar, mas os ciganos já sabiam, comentavam e diziam: Essa moça bonita que vem de longe traz mistério no olhar.

Estrela do oriente que brilha na noite escura, ilumina os caminhos de quem a procura. Foi na beleza da cigana que o homem se perdeu, enfeitiçado pela dança que ela trouxe do apogeu. Entregou seu ouro, entregou sua vida, pra cigana que amou, pra cigana mais bonita, Madalena infinita.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Flor de Mel

Seus olhos grandes e cheios de mistério, suas mãos pequenas, delicadas, eu venero. A menina mais gentil que cruzou o meu caminho encontrou em meu coração lugar perfeito para fazer seu ninho. Anda sob as nuvens, dança sob a lua, menina linda toda essa rua é tua! Todo esse mundo vai se curvar diante da tua beleza, toda essa gente vai se encantar com a tua pureza, mas tu nunca deixarás de ser quem és: humildade e gentileza. Não lembro a ultima vez que alguém na terra amou assim, amor puro e genuíno brota de mim. Veio resgatar minha fé na humanidade, veio ensinar a esse povo o que é lealdade. Pouco sei da tua pessoa, mas sei o essencial para poder confiar: Teus valores e princípios ninguém vai manipular. Teu sorriso é precioso e ao mesmo tempo fácil de sair, tu não choras sem motivo, mas sorri. Simplicidade és tua marca e intensidade teu sobrenome, me beija devagar e depois some. Flor de mel, sabor de céu, pura doçura que arde na boca, às vezes me pergunto se não estou ficando louca.

domingo, 3 de abril de 2016

Exposta

Queria todo dia festa pra dançar, gente pra falar, rua pra andar até o corpo cansar e cair exausto. É que eu sou assim, não consigo descansar até ver o fim, das energias, das esperanças, das forças que tenho pra aguentar. Quero beber amor de corpo em copo, me embriagar de gostos até vomitar a intensidade das relações. A monotonia das pessoas vazias me faz querer pular nos abismos que encontro pelo caminho. A queda é irresistível e o chão parece tão distante, arrisco tudo pra voar por um instante. Tem gente que quer entender, mas, não há nada a se dizer, são palavras só pra ouvir, são frases sem sentido e até o silencio mais bonito que habita o universo no ritmo certo vira verso.

É que sou um pouco de infinito misturada a paisagem pra encantar os sonhadores que, assim como eu, não conhecem os limites. Me refiro as estrelas para buscar a essência da plenitude e me perco antes de alcançá-las. É um vício que eu não consigo superar, um ciclo que não consigo evitar, uma sensação dolorida que eu sei que vai chegar, mas não consigo pensar antes de me entregar.