segunda-feira, 28 de março de 2016

Tarde de Sol

Entramos de mãos dadas nas águas sagradas do rio, mergulhamos nossos corpos em sentimentos ainda confusos e imaturos. Lá te apresentei à mãe, que mesmo sabendo o que se passava em seu coração me preservou naquele momento e por mais um dia eu fui feliz. Quando te vi assustada te apresentei ao pai, que sabendo o que estavas passando ouviu minha súplica e afastou de ti tudo que te perturbava. Na noite escura mantive meus olhos abertos na tentativa de iluminar teu caminho, mas o que eu não via eram teus olhos fechados e teu pensamento longe. De corpo era presente, de alma estava ausente, ainda presa a quem te prendia, por gosto ou não, me desfazia.

Desfeita estava então fui me refazer, me redescobrir naquilo que já havia cultivado e sentir o perfume das flores do meu jardim. Cada vez ficava mais evidente, a semente era boa e a jardineira trabalhou com carinho, se ela não floresceu como as outras talvez não estivesse na sua época. É preciso respeitar o tempo para que a vida possa ser completa, para que o amor crie raízes sem perder suas asas. Só o tempo dá a sabedoria necessária à adaptação dos seres.

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