quinta-feira, 23 de março de 2017

Ao sair, apague a luz.

Na ânsia de ser tudo
Sou nada. E nada satisfaz.
Um, dois ou mais.
Eu viro o jogo, eu mudo.
Por que ainda sou capaz.

Seu rosto, suas memórias,
seus desejos mais secretos,
até os gestos mais discretos


Eu que inventei

Sua auto-estima, sua simpatia,
Seus sonhos mais bonitos
Enquanto você dormia

Eu roubei

Foge pras colinas,
Corre menina
Volta pro telhado,
Perto do céu estrelado
Descansa teu corpo cansado

Na terra e no mato molhado

A palavra sangra
O meu útero contrai
O dinheiro manda
A mentira cai
E o ego cresce
E mata os demais

A lágrima salgada
O sentimento cura
A alma lavada
Que ainda procura
O amor que padece
Na realidade dura

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