O Poema Sem Nome

Olhe esta face aqui tão nua e tão exposta, 
Contemple toda a sua verdade, todo o seu ser. 
Fita o desejo que recobre seus lábios, 
O enigma que entranha em seus olhos, 
A sutileza dos traços,
A doçura da expressão. 


O cheiro de madrugada, de sereno,
De orvalho da manhã de hoje. 
Sua boca tem cheiro de vida,
Sua pele tem um cheiro suave, 
Quase imperceptível, de jasmim. 
Seus cabelos tão negros quanto o breu dos seus olhos, 
Perfumados como um campo de lírios,
Macios e compridos fazem a moldura da tua imagem, 
Que não sai da minha cabeça, 
Que insiste em tatuar-se no meu peito.


Ouça a bela melodia da sua voz,
Posso sentir meu coração vibrar ao reconhece-la.
A voz de um anjo ressoa aos meus ouvidos agora,
Essas notas agudas, afinadas, levam as palavras em tom de canção.
Desta boca só saem palavras meigas, educadas e sutis.
Essa voz terna, que nos faz adormecer e ter sonhos bons
Esse riso sussurrado, que surge em sua face repentinamente.
É todo o conjunto que vejo, cheiro e ouço em você. 
Três sentidos tão completos que podem despertar 
Um sentimento tão forte, verdadeiro e intenso.