Teu cheiro está eternamente no presente
Não sei como isso é possível, entende?
Meus versos são lidos como se sente...
Possibilidades pertencem à um futuro ausente
Sou poeta e estou doente.
Matei minha inspiração e enterrei seu corpo ainda quente.
Quando observo no espelho teu rosto sereno
De quem não teme a morte e já bebeu veneno
De quem não quisera nesta vida ser
Grande ou pequeno, mas apenas
Ser-lo
Quantas lágrimas eu derramei no teu enterro?
Luto já vestiu verbo ao existir aqui
Agora, luto é sobre a sensação de te perder
Em silencio absoluto
Como um soco bruto
Onde ocupo
Luto.
Te matei e não me culpo, sobrevivi ao amor sem escrúpulos, ao vazio e ao escuro.